Ele disse que bandas de "forró de plástico" já tem seu público garantido e não precisam de dinheiro do estado
O escritor paraibano Ariano Suassuna está em João Pessoa onde recebe hoje uma homenagem do Sindicato dos Bancários da Paraíba (SEEB-PB). Na tarde de hoje ele concedeu uma entrevista a imprensa durante a qual agradeceu o reconhecimento. “Eu nem sei se mereço tanto, acho que Deus foi bondoso comigo. Mas fico feliz em ter meu trabalho reconhecido pelos meus conterrâneos”.
Polêmico, Suassuna saiu em defesa do Subsecretário de Cultura da Paraíba, Chico César, que vetou a participação de determinados tipos de banda nas festas promovidas pela gestão estadual. “Estou com Chico César e não abro”, disse. Para Ariano as bandas do chamado forró de plástico já tem o mercado de portas abertas para ele e “os artistas que fazem uma obra de teor cultural legítimo lutam para conseguir sobreviver”.
Ele lembrou que devido a falta de apoio, grupos como o Quinteto da Paraíba e do compositor Eli-Eri Moura, foram preteridos enquanto as bandas que fazem uma música de qualidade fraca “enriquecem à custa dos espaços que, no meu entendimento, não fazem por merecer”.
Rasgando elogios a Sivuca, Ariano Suassuna lembrou o quando o autor de “Rapsódia Gonzagueana” sofreu antes de conquistar o mundo. “Eu vi o Sivuca ainda menino, tocando no meio da rua para ganhar uns trocados; e eu várias vezes lhe dei dinheiro quando passava por ele. Vejam que absurdo. E o Sivuca precisou ir para fora do Brasil para poder ter sua genialidade reconhecida”.
Ele acredita que o Estado tem a obrigação de fomentar a cultura, adiantando que esses artistas que fazem uma música meramente comercial não têm necessidade de lutar por espaços abertos pelo dinheiro público.
de wscom